ACADEMIA DE EDUCAÇÃO DE RORAIMA
Profª Robélia Cristina
Confissões
de Amor
Aniversário
Hoje é o aniversário
da minha tristeza
Um ano sem o toque
das tuas mãos
Sem o brilho dos
teus olhos
Sem o teu abraço
Sem os teus beijos e
o teu sorriso lindo
Um longo e
angustiante ano
De espera sem fim
Espera por gestos
irrealizáveis
Por palavras que
nunca serão ditas
Por um amor que
nunca foi sentido
Um ano de buscas
frustradas
De muitas lágrimas
De solidão
acompanhada
De promessas que não
consegui cumprir
Mais um ano que
chega ao fim
Mais um ano que
passei
Alimentando sonhos
Cometendo erros após
erros e
A esperar por ti.
Desejo
Tudo o que sinto
agora
É uma vontade
louca de gritar
Gritar o mais alto
possível
Para revelar tão
grande segredo
E arrancar de vez
essa dor
Que assola meu
peito
Tudo que sinto
agora
É a vontade louca
de tocar tua boca
E sentir outra vez
o gosto dos teus beijos
Que ficaram em mim
como tatuagem
Quero o teu corpo
colado ao meu
Quero a tua potência
dentro de mim
E as tuas mãos
passeando no meu corpo
Despertando erupções
E ardentes sensações
Não quero a tua
paciência ou piedade
Só quero que tu me
ames
Ainda que seja por
um momento
Não me interessa a
eternidade
Só quero que tu me
ames
Ou que de uma vez
por todas me digas
Para eu sair da tua
vida.
Desobediência
Acalma-te
coração
Que não
seguirei teus desejos
Nem a
compulsão de rastejar como verme imundo
No
caminho da perdição
Repudio
teus batimentos acelerados e
O gelo
que causas em minhas mãos
Tudo
isso
Por
alguém que não te ama
Prefiro
que tu sofras
A viver
essa vontade insana.
Sinto
falta
Sinto falta de um
amor
Que me consuma por
inteiro
Que ocupe todas as
horas do meu dia
Tomando conta do ar
que respiro
Um amor que seja
verdadeiro e correspondido
Que não seja
simples cama
Mas que eleve o espírito
Até os mais altos
céus
Que me deixe louca,
alegre e tonta
Como brincadeira de
carrossel
Sinto falta de um
amor
Que satisfaça os
meus desejos
Que me faça
realizada
E que acima de tudo
Tenha o gosto dos
teus beijos.
Silêncio
Silêncio
Cicia o vento
Sussurra a mágoa
No pensamento
Silêncio
Aumenta o vazio
No universo do nada
Não te encontro
Aumenta a falta
Silêncio meu amor,
silêncio
Quero recuperar a
imagem perdida
Do brilho nos olhos
Do sorriso aberto e
da felicidade
Que tu levaste
Da minha vida.
Dúvidas
Onde está aquele
amor
Sentido a primeira
vista
Que fazia tremer as
mãos
E acelerava o coração?
Onde está aquele
amor
Que pensei ser
infinito
Sempre regado com lágrimas
Calou-se num último
suspiro?
Onde está aquele
amor
Que só eu senti
por ti
Condenado e
reprimido
Terá ele chegado
ao fim?
Onde está o meu
amor?
Perdeu-se em tão
longa distância
Morreu no descaso
da indiferença
Nada restou-me
Nem mesmo esperança
Poema
de aniversário
Ela chega de mansinho
Calma e lentamente
Tirando o vigor do
corpo
Mas não a grandeza
da mente
Acaricia a pele
E devagar desenha
marcas
Mostrando que a
juventude
Como tudo nesse mundo
passa
Com ela conquista-se
espaços
Ganha-se asas,
liberdade
Ama-se mais
intensamente
Chega enfim a
verdadeira flor da idade
A idade só do corpo
Da pele enrugada
Dos cabelos brancos
Mas não a idade do
espírito
Que jamais perde o
encanto.
Quando
eu morrer
Quando eu morrer
Hoje
ou amanhã, quem sabe?
Não quero flores,
lágrimas nem dores.
Toquem minhas músicas
preferidas
Lembrem-se de mim
como se estivesse viva
Não me tornem
santa ou pecadora
Não me tornem
pura,
Porque nunca o fui.
Leiam os meus
poemas
Descubram os meus
segredos
Assustem-se com
eles
Porém não me
julguem
Apenas não
apaguem-me de vossas mentes
Porque tudo que fiz
na vida
Foi amar
intensamente.