ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL

 

Honramo-nos em disponibilizar ao Brasil e ao Mundo, mais um belíssimo artigo científico do Imortal Escritor Pablo Casso. Esta, na área de Psicanálise Clínica, contemplando a especialidade de psicossomatologia, apontando os desdobramentos psicossomáticos decorrentes da vida moderna. Parte de fundamentações e conceitos cientificamente válidos, perfazendo elos com perspectivas modernas de desdobramentos das doenças decorrentes de interações somatopsíquicas, uma vez que os conceitos de distúrbios mentais e plasticidade clínica, como um vírus, adquirem novas roupagens à medida em que as relações dos seres com os meios de produção, lazer e sociais se alteram. Pablo Casso nos leva por uma interrelação entre as produções inconscientes de doenças e suas verdadeiras origens, em busca de solução de conflitos internos. Por fim, a proposição do autor a co-responsabilidades, entre psicanálise e enfermagem, com apoio dos demais segmentos de saúde, a um localizar equilibrado dos seres ao seu tempo e realidades.

Todo profissional de saúde encontrará no presente artígo científico de Pablo Casso, inequívocos conhecimentos à somarem com os que já possuem. Independentemente se Pós-doutor ou acadêmico. O artigo reúne informações que podem contribuir à teses de doutorado ou mesmo esclarecer buscas de pacientes ou estudantes auto-didatas e ainda leitores e cientistas formais e informais.

Sobretudo este pesquisador, Pablo Casso, está na linha dos novos e comprometidos escritores, onde, o interesse em fazer chegar a todos suas pesquisas, livre e gratuitamente, demonstra a pureza e o ideal dos nobres cientistas e pesquisadores. Casso, ocupa uma Cadeira Vitalícia como Membro da Academia de Letras do Brasil.

Li, gostei, aprovo e recomendo!

Prof. Dr. Mário Carabajal - Ph.D.

Doutor em Psiconeurofisiologia

Presidente da Academia de Letras do Brasil

 

 

Psicanálise e Doença Psicossomática na Era Hipermoderna

Psychoanalysis and Psychosomatic Disease in the Hypermodernity

Autor: Pablo Casso*

* Psicanalista, Escritor e Pesquisador, aluno do curso de Jornalismo da Universidade
Presidente Antônio Carlos – UNIPAC.


RESUMO
O mundo globalizado trouxe diversas preocupações ao indivíduo, o que afetou sua
saúde física e psíquica, gerando as doenças psicossomáticas. A Psicanálise encontra
diversos desafios para interpretar os pensamentos de uma sociedade desajustada pelas
pressões de um mundo consumista. Nesta busca pelo equilíbrio mental e fisiológico, o
psicanalista precisa compreender o sistema em que o indivíduo vive e seu sofrimento
inconsciente. O estudo pretende entender a “Era Hipermoderna”, o mundo
contemporâneo, para a formação de uma assistência de saúde adequada ao paciente.

Palavras-chave: psicanálise; doença psicossomática; era hipermoderna;


ABSTRACT
The world global brought several concerns to the individual, what affected his/her
physical and psychic health, generating the psychosomatic diseases. The
Psychoanalysis finds several challenges to interpret the thoughts of a society
messed up by the pressures of a consumerist world. In this search for the mental and
physiologic balance, the psychoanalyst needs to understand the system in that the
individual lives and his/her unconscious suffering. The study intends to understand
"Hypermodernity”, the contemporary world, for the formation of an attendance of
appropriate health to the patient.

Key words: psychoanalysis; psychosomatic diseases; hypermodern;


O mundo contemporâneo trouxe ao profissional psicanalista uma gama de sintomas que
inquietam o inconsciente do ser humano. Na proposta de um entendimento do
comportamento social e das doenças atuais, torna-se essencial conhecer a
“hipermodernidade”, termo usado para representar o mundo contemporâneo.
De acordo com Gilles Lipovetsky 1, entramos em uma época em que o fenômeno grupal se
caracteriza pela flexibilidade e velocidade de informações. Assim, onde muitos
enxergam manipulação e conformismo, pode-se encontrar satisfação, e um jogo de
estetização que desenvolve o comportamento consumista do indivíduo.
Na Era Hipermoderna está evidente que o ser humano vive na estética corporal, nas
fantasias individuais. Este comportamento contemporâneo, baseado na obtenção de
prazeres e desejos é uma das maneiras de identificar as carências do homem
hipermoderno, que possui uma mente desequilibrada pelos conflitos de um sistema em
constante transformação, o que influencia sua saúde mental e corporal. 2
Os vínculos da Era Hipermoderna são mais frágeis e efêmeros, pois tudo se baseia no
breve prazer, na vontade de saciar os desejos internos. 3 O indivíduo contemporâneo,
privado de tempo, da duração exigida pelos sentimentos, poderia experimentar outra
coisa além de sensações? 4
A psicóloga e socióloga francesa Nicole Aubert, em seu livro “Culte de l´Urgence: La
Société Malade du Temps” 5, relata que o modo de ação em urgência tornou o indivíduo
hipermoderno em uma máquina, que expressa sua construção mental em sua maneira de
ser e sentir, o que nos demonstra seu desajustamento psicológico. Em seu outro
livro, “L´Individu Hypermoderne” 6, a autora aborda a influência dos processos
sociais, culturais, tecnológicos e econômicos como responsáveis pelas novas
patologias que afetam o indivíduo. O excesso de consumo, de estresse, a busca por
padrões e as pressões da era hipermoderna resultariam em processos patológicos
decorridos dos investimentos corporais.
Os comportamentos hipermodernos desenvolvem diversas doenças envolvendo a relação
psicológica e fisiológica, gerando as doenças psicossomáticas.
O presente estudo visa fornecer um entendimento a respeito das doenças
psicossomáticas e a atuação da psicanálise na era hipermoderna. O objetivo é
proporcionar conhecimento para uma assistência de saúde adequada ao paciente
contemporâneo.

Era Hipermoderna
O filósofo francês Gilles Lipovetsky inseriu o termo “era hipermoderna” para
representar o hiperconsumo, o hipernarcisismo, que caracteriza a sociedade como um
movimento pela rapidez e flexibilidade. Neste mundo contemporâneo, existe um
conflito pela eficiência na produção, uma competição desenfreada, e exige-se muito
dos indivíduos: mais competência, empenho, eficiência e rentabilidade. 7
O desenvolvimento desenfreado da ciência, da tecnologia e da informática na era da
globalização multiplicou a oferta de produtos e serviços, deixando os indivíduos
completamente desorientados e angustiados diante da liberdade de escolhas. Mas o que
deve nos preocupar, segundo Lipovetsky 7, é a fragilização das personalidades,
propiciada pelo enorme avanço da individualização e pelo declínio do poder
organizador que o coletivo tinha sobre o individual.
A hipermodernidade é marcada por tendências contraditórias, pois enquanto de um lado
há pessoas que cuidam excessivamente do corpo, de outro, há uma proliferação de
patologias individuais marcadas também pelo excesso. Ao mesmo tempo em que morrem as
utopias coletivas, intensificam-se as atitudes de prevenção e previsão. As
expectativas em relação ao futuro inquietam os indivíduos, então é preciso prevê-lo
e organizá-lo. Há uma obsessão com o que está por vir.
As mudanças ocorridas no mundo ao longo dos tempos determinaram a remodelação dos
valores tradicionais, a substituição da moral dos sentimentos pela moral sensorial,
a modificação das relações de proximidade real pelas relações de intercâmbio virtual
e a proliferação das patologias corporais. 8
A oferta de escolhas e possíveis perdas trouxeram ao indivíduo a essência do medo,
angustias e traumas, em uma interface de muitas possibilidades de cobranças. 9
O ser humano tradicional perde lugar para o homem contemporâneo, que vive na era
hipermoderna, no mundo industrializado. Ao homem contemporâneo são cobradas rapidez,
eficácia e quantidade de produção. O trabalho passa a ser automatizado, o que causa
o empobrecimento da criatividade e contribui para a homogeneização do pensamento. O
centro da vida passa a ser o trabalho. É exigido do indivíduo que se adapte e
controle suas emoções. A mudança comportamental adotada nas famílias perante o
desenvolvimento industrial é definida pelo termo “pré-capitalistas”, para demonstrar
a diferença da afetividade entre as pessoas, que foi se restringindo ao interesse
profissional. Os laços sociais se tornaram frouxos e precários. 10
Estamos diante de novas formas de sofrimento psíquico que são peculiares ao nosso
tempo, pois são manifestações psíquicas diferentes das neuroses descritas por Freud.
11
Na hipermodernidade, os indivíduos se mostram desorientados porque não há mais uma
sociedade mantida por ideais coletivistas. Não existem mais os grandes ideais a
serem alcançados. As pessoas não sabem o que escolher, qual é o melhor caminho a ser
seguido. A preocupação com o futuro torna-se inevitável e inquieta os indivíduos.
Diante de um futuro dominado pela insegurança, por riscos e incertezas em função do
desemprego e da violência social, surge uma obsessão com o que está por vir. Uma
necessidade de prever e organizar o futuro. O homem hipermoderno é obrigado a fazer
escolhas rápidas e a perder possibilidades sem ter tempo para sentir sua falta. Com
o aumento das responsabilidades e na busca da liberdade através do consumo, este ser
se torna frágil e mecanizado, perdendo todo seu ideal no caminho das batalhas
profissionais e dos desejos materiais. Além disso, o processo da
“hiperindividualização” enfraquece os vínculos humanos. 12
As relações humanas, que antes exigiam certa proximidade, dão lugar aos intercâmbios
virtuais. Surge uma cultura caracterizada pela hiperatividade, na busca de melhor
eficiência, desempenho, rapidez, flexibilidade. 8
Devido à globalização houve uma mudança na organização psíquica dos indivíduos
contemporâneos. Na era hipermoderna as pessoas buscam realizar suas fantasias
emocionais, e para isto, procuram uma figura física que possa gerar desejo,
realizando investimento maciço na imagem corporal. 13
Nesta abordagem identificamos o enfraquecimento dos laços sociais, de parentesco, de
vizinhança e de trabalho, o que provoca no indivíduo um sentimento de estranheza de
si mesmo e uma dificuldade de conhecer o próprio eu.
As relações que antes eram cultivadas por meio do contato direto entre os seres
humanos, na era hipermoderna são substituídas pelo contato virtual. As
circunstâncias da vida na contemporaneidade, com a valorização da produtividade,
eficiência, flexibilidade, rapidez, levam os indivíduos a uma busca acelerada de
mais conhecimento e aperfeiçoamento, que tem como conseqüência a priorização da vida
profissional em detrimento da vida afetiva. 13
Dentro deste contexto, a construção dos ideais de felicidade depende do desempenho
sensorial do corpo. Diante deste fato, analisamos que o homem contemporâneo utiliza
de suas sensações para sobrepor suas frustrações e traumas, e que esta fuga da
realidade lhe permite viver em um mundo de fantasias, representado por Jean Paul
Sartre 14 como “alienação primitiva”.
Fábio Herrmann 42 e Jurandir Costa 13 afirmam o papel da mídia na formação da
opinião ao mencionarem a velocidade dos acontecimentos e a multiplicidade de
informações, que fazem com que o indivíduo deixe de refletir sobre os fatos
divulgados, passando a acatá-los sem maiores questionamentos. Assim, o que é
realidade passa a ser definido pelos proprietários dos meios de comunicação, e a
durabilidade de um anúncio fica condicionado à sua capacidade de manter a audiência
dos expectadores.
A busca por um padrão de beleza exigido pela sociedade parece ofuscar o bom senso
das pessoas em relação à própria saúde. Percebemos que boa parcela dos adultos
contemporâneos vive como os adolescentes, acreditando no mito da eterna juventude,
reforçados pelo consumo desenfreado de produtos que prometem a beleza e a vida
eterna.
Em contrapartida, os aspectos positivos dos cuidados com o corpo e com a saúde
trouxeram o desenvolvimento da medicina preventiva, da engenharia genética e as
exigências de cuidados com a natureza, nos quais qualquer ato poluidor ou predatório
é condenado. 8
A Era Hipermoderna trouxe a “pobreza” do mundo interno e a dificuldade de
simbolização dos indivíduos contemporâneos, uma ausência na articulação da
interpretação da realidade. Os indivíduos hipermodernos vivem em mundo imaginário,
onde suas preocupações decaem sobre suas necessidades materiais e corporais, suas
satisfações pulsionais. A sociedade hipermoderna tem dificuldades para lidar com
conflitos, frustrações, limites, faltas, processos que desenvolvem as
psicopatologias contemporâneas.
O corpo é o local atingido pelo sofrimento que não pode ser simbolizado. A falta de
comunicação e de troca de experiências presentes na atualidade causa o
empobrecimento da subjetividade. 8
Existe uma exagerada vontade de tratar do corpo, o visual, pois em um tempo
“corrido” é quase impossível parar e compreender os pensamentos do outro e do
próprio eu. Vivemos em mundo de impressão, do olhar sobre o outro, e do não olhar
sobre si mesmo, transformando o corpo em um esconderijo de frustrações e traumas,
que ao longo do tempo enfraquecem seu próprio veículo de desejo.
O ser humano desfalece sua estética em uma psique possuída de medos e angústias que
acometem sua condição fisiológica e mental, gerando as doenças psicossomáticas.

Doença Psicossomática
As somatizações constituem uma das queixas mais freqüentes no âmbito terapêutico, e
a investigação sobre o tema ocupa lugar de destaque na agenda dos pesquisadores na
área da saúde. 15
O psiquiatra alemão J.C. Heinroth relatou o termo “somatopsíquico” em 1828, e o
mesmo ainda determinou a expressão “psicossomático”, em 1908, para tentar explicar a
insônia. Ele acreditava na influência das paixões sexuais sobre algumas doenças,
como tuberculose, epilepsia e câncer. 16
Ishigami 17 fez a primeira observação científica da possível relação entre
distúrbios emocionais e resistência do hospedeiro. O desenvolvimento do
radioimunoensaio por Berson e Yallow, na década de 1960, possibilitou um aumento
considerável no estudo dos correlatos endócrinos das patologias, gerando um aumento
de trabalhos nesta área. 16
O fenômeno somatopsíquico se verificava quando o fator corporal modificava o estado
psíquico 18,19,20. Na classificação vigente da American Psyquiatric Association
(DSM-IV) 21, o termo psicossomático foi substituído por fatores psicológicos que
afetam a condição médica.
A concepção holística foi reforçada com base fisiológica no conceito de homeostase,
desenvolvido em 1929 por Cannon, o qual afirmava que qualquer estímulo, inclusive o
psicossocial, que perturba o organismo, exerce influência no corpo. 22
Em 1952, o psicanalista Franz Alexander propôs que fatores psicológicos causavam
vários estados patológicos, o que chamou de “neurose orgânica”, um distúrbio da
função orgânica controlado fisiologicamente pelo sistema nervoso autônomo. 23
De acordo com Sifneos 24, o paciente psicossomático tem uma grande dificuldade em
descrever seus sentimentos, o que caracteriza a ausência de percepção do eu. O autor
criou o termo “alexitimia” para representar a privação da leitura das emoções, “a”
(privação), “lex“ (leitura) e ”timos“ (emoções). Épinay 25 salienta a contribuição
dos psicanalistas da Escola Psicossomática de Paris (Marty, M’Uzan e David), os
quais fortaleceram a postura da introdução do conceito de “pensee operatore”, que
equivale ao de alexitimia.
Destacamos que Sigmund Freud tentou integrar fatores ligados à origem das doenças na
“teoria das séries complementares”, que representa a presença de uma “permissão
somática” como fator resultante de uma ou de qualquer debilidade orgânica. Outros
estudiosos, como Sándor Ferenczi, também contribuíram para esta revelação.
Ferenczi, um dos primeiros discípulos de Freud, chamava de patoneuroses as condições
que resultavam das conversões somáticas em um paciente. Para o mesmo autor, o órgão
que era atingido se encontraria carregado de libido ou erotizado. 26
A doença tem um sentido, não é fruto do acaso, e reverencia o mecanismo psicológico
como uma conversão histérica que poderia generalizar outras doenças somáticas; é o
simbolismo do desejo inconsciente manifestando-se no corpo do paciente. 19
Desta forma, diversos pensamentos de nossa mente podem acometer nosso sistema
fisiológico, uma reação no corpo perante um desequilíbrio mental. Observarmos também
que toda alteração orgânica traz mudanças na psique, e que as doenças alteram as
funções psicológicas de uma pessoa. É uma via de mão dupla, onde a interação
equilibrada entre elas constitui um corpo saudável.
Em 1981, Robert Ader marcou o início de uma nova abordagem multidisciplinar com seu
artigo intitulado “psychoneuroimmunology”. A psiconeuroimunologia é uma disciplina
que explora as interações entre o psíquico, o sistema nervoso central e o sistema
imune.
O campo de estudo da psiconeuroimunologia tem suas origens no pensamento
psicossomático e tem evoluído no sentido da realização de investigações de complexas
interações entre a psique e os sistemas nervoso, imune e endócrino. 29
Com o desenvolvimento do estudo das doenças psicossomáticas pode-se perceber que o
sistema nervoso autônomo não é tão autônomo assim, e se encontra regulado pelas
estruturas límbicas junto com o controle emocional. O sistema imune influencia e é
influenciado pelo cérebro. 30
A forma como os pensamentos desencadeiam as emoções e de como as modificações do
corpo durante as emoções se transformam em fenômenos mentais, interferem sobre o
corpo e a psique, duas manifestações aparentemente separadas de um organismo
integrado. 31
A doença resulta de uma falha na organização do indivíduo, de um ataque
desorganizador interno ou externo e de um poder variável de reorganização. 27
Tendo visto o importante papel da mente, identificadora de sensações do meio externo
e interno, formadora de pensamentos que contribuem para a evolução de reações e
sentimentos, observamos que as interações sociais interferem na saúde do indivíduo.
A doença sociossomática é a visão da doença como uma conjugação de fatores
originados do corpo, da mente, da sua interação e da relação com o ambiente e o meio
social. 16
Qualquer doença deve levar em consideração o indivíduo, seu corpo e o ambiente no
qual está inserido. Os fatores psicossociais variam de uma pessoa para outra dentro
de uma mesma patologia. 32
A medicina psicossomática apresenta uma sólida tradição no campo da pesquisa. Não
está mais associada a um grupo específico de patologias, mas é considerada como um
modo completo de olhar todas as condições patológicas. 33
As doenças psicossomáticas questionam a divisão que se faz entre doenças físicas e
psíquicas, como se fossem de natureza diferente, decorrendo esta divisão da tradição
cartesiana que separa a mente do corpo.
Torna-se necessário atingir um patamar mais alto de integração epistemológica, em
benefício do avanço do conhecimento, e uma das reflexões que podem contribuir para o
conhecimento complexo é a psicossomática. 34
Esta breve discussão histórica sobre a temática psicossomática nos remete a
observação da capacitação do psicanalista para interagir com os pacientes, buscando
um equilíbrio mental que contribua com sua condição fisiológica.
O conhecimento das pessoas a respeito do corpo é fragmentado em diferentes
perspectivas, gerando o campo biológico, psíquico e social. Mas existe um espaço
pequeno para a busca da compreensão da vida mental e social das pessoas. O avanço
das pesquisas biológicas trouxe a compreensão do organismo como uma formação
mecânica. 35
A doença foi identificada como algo que vem de fora, externo, mas com o advento da
biologia celular e das funções hormonais do ser humano surge a doença proveniente do
próprio indivíduo, que vem de dentro. Perante esta afirmação, entende-se que um
tratamento ao paciente deva se ocupar por procedimentos fisiológicos e psicológicos,
que possibilitam entender o ser humano como um todo.
O mundo externo é enriquecido pelo potencial interno, e o interior é enriquecido
pelo que pertence ao exterior. A base para estes mecanismos mentais é o
funcionamento da incorporação e eliminação na experiência do corpo. 36
Enquanto o fator biológico influencia na psique para identificação de suas
necessidades, o processo se inverte quando pensamos, e este ato é fornecido a todo
instante pelo ser humano, agindo diretamente sobre o organismo. Sendo assim, todo
desequilíbrio atinge na totalidade o ser humano, precisando este, de um tratamento
fisiológico e mental.
Quando uma enfermidade acomete um indivíduo, este sai da sociedade e se vê diferente
dos outros do grupo, o que provoca um desequilíbrio na procura de um tratamento que
lhe possibilite voltar ao meio. Nesta busca, analisamos que todo o processo doentio
na pessoa leva a um desajustamento psicológico e fisiológico. A clínica ou hospital
deve priorizar a assistência destas interações para o equilíbrio da saúde do
paciente.
Pensar no tratamento de pacientes marcados pelo adoecimento somático corresponde a
dar à clínica sua magnitude, isto é, poder pensar no sofrimento fora dos esquemas de
simbolização, no qual o corpo pulsa em dor, uma dor indizível e refratária às
intervenções que visam às formações do inconsciente.
Para o psicanalista é necessário compreender seu papel diante de tais desafios da
“era hipermoderna”, contribuindo para um bem-estar social e equilíbrio entre as
atividades das clínicas psicossomáticas e hospitais que necessitem de seu trabalho.

Psicanálise na Era Hipermoderna
O tratamento do analista é uma importante forma de contribuir para assistência de
saúde de um paciente. A doença à luz da psicanálise ratifica o corpo em sua
positividade, não reduzindo-o ao registro do biológico, mas assumindo-o como uma
maneira de equilibrar suas funções mentais e fisiológicas. 15
A clínica psicanalítica põe em questão a participação do sujeito na doença, visando
operar uma interrogação em relação ao seu lugar frente a si mesmo a partir da
construção de possibilidades de ressignificação do adoecer orgânico na experiência
do corpo erógeno, além do corpo biológico doente que se torna consistente através de
uma manifestação devastadora que rompe o silêncio dos órgãos. 15
Sigmund Freud em “Sobre o início do tratamento: Novas recomendações sobre a técnica
da psicanálise I” (1913) 38, relata que a força primária da terapia é o sofrimento
do paciente e o desejo de ser curado que deste se origina. Jacques Lacan trata as
vicissitudes da aderência terapêutica considerando que demanda de cura não equivale,
necessariamente, ao desejo de curar. 39
As abordagens psicanalíticas das psicopatologias orgânicas se inscrevem em um
discurso que, considerando a já difícil transferência paciente-analista, organiza
por suas possibilidades de escuta, diferentes formas de demanda do sofrimento e de
suas terapias. 15
Para entendermos o enquadramento do psicanalista na “era hipermoderna”, devemos
compreender o sistema contemporâneo, ter conhecimento para analisar as atividades no
mundo e como elas afetam o ser humano, além de obter informações que possam
contribuir com a terapia realizada no paciente.
Observamos que é a percepção dinâmica e ampla do analista que lhe fará ter um saber
que lhe prepara para ajudar no tratamento de pessoas que vivem no hipermodernismo.
Destacamos que a atuação e colaboração de cada membro de uma equipe de saúde são
essenciais, e que a contribuição de todos resultam em uma melhor assistência de
saúde ao paciente.
O ajustamento de suas funções psíquicas, assim como a restauração das funções
orgânicas desenvolve uma assistência adequada ao paciente, fazendo da clínica ou
hospital um local para a busca do equilíbrio mental e fisiológico. As incursões
psicanalíticas pelo campo da chamada psicossomática são um fato. 40
Para o psicanalista Joyce McDougall, os fenômenos psicossomáticos escondem uma luta
pela vida, e especialmente pela sobrevivência psíquica do ser. 41
Em uma abordagem neuropsicanalítica, destacamos que a memória do indivíduo esconde
vários traumas e desejos, o que desenvolve durante sua vida uma liberação hormonal
contínua de substância que com o tempo alteram os mecanismos fisiológicos,
desequilibrando seu estado orgânico, o que contribui para a evolução das doenças.
Cada sintoma proveniente de seu quadro histérico mostra-se refletido em um
determinado órgão, citado por Freud como “permissão somática”. Isso traz para o
analista uma notável atmosfera de interpretações, já que as representações somáticas
não passam de reflexos de conflitos físicos e psíquicos. 15
Com Sigmund Freud a psicanálise buscava compreender o mundo, pois ele se interessava
pelos acontecimentos sociais e culturais de sua época, pelas produções artísticas,
lendas, mitologias, literatura. Freud deixava-se impregnar pela experiência concreta
dentro e fora do consultório.
Entretanto, depois de Freud, com a proliferação das escolas psicanalíticas, a
psicanálise reduziu-se à terapia analítica, ao estudo da relação terapêutica e do
psiquismo individual. A linha de horizonte da psicanálise é tornar-se uma ciência
geral da psique, uma teoria da alma humana. 42
Ao analisarmos a cultura e os fatos sociais da “era hipermoderna” interpretamos que
diversas doenças nascem no meio em que o indivíduo desenvolve sua psique, e que os
ambientes de interações influenciam no seu desajustamento psicológico e fisiológico.
O comportamento do indivíduo doente pode ser entendido pelas relações familiares. O
“Modelo Biocomportamental da Família” (Biobehavioral Family Model – BBMF) foi
desenvolvido perante este aspecto, das relações do ser humano com os padrões de
interação interpessoal, o que inclui o nível individual do funcionamento psicológico
e fisiológico 43. Este modelo exemplifica as características das relações de algumas
famílias que, no contexto de uma vulnerabilidade fisiológica, levam o desencadear de
uma patologia psicossomática. Depois propuseram o “Modelo da Família
Psicossomática”, com a proposta de explicar como o sistema familiar contribui para a
evolução de uma determinada patologia, citando os casos de asma e diabetes. 44
A família é um sistema que é atacado por todas as vertentes de uma “era
hipermoderna”, e tenta se adaptar ao mundo globalizado, o que promove uma mudança
rápida de hábitos que nem sempre favorecem os seus membros. A falta de tempo é
colocada entre as principais causas da ausência de afeto entre as pessoas, que são
diretamente afetadas pelo estresse cotidiano. 45
O estresse é uma tensão que causa ruptura no equilíbrio interno do organismo 46, e
pode ser considerado como uma desregulagem de todo o sistema corpo e mente, e não
somente um estado passageiro de tensão ou aborrecimento na vida de alguém. 47 O
excesso de trabalho e a pressão por produção são fontes de desorganização da saúde
mental. 48
As doenças psicossomáticas surgem de alguma alteração orgânica como conseqüência dos
processos psicológicos e fisiológicos do indivíduo desajustado das funções somáticas
viscerais e vice-versa. Os distúrbios emocionais desempenham papel importante nas
doenças psicossomáticas, precipitando o início, recorrência, agravamento e
transformação em doenças crônicas. 49
A constituição de um organismo saudável dependeria, não de evitar o contato com
causas ou riscos, mas de saber interagir, harmonizando quantidades, tempos,
velocidades e forças presentes no corpo. 35
O trabalho do analista diante das doenças da mentalidade e dos fenômenos
psicossomáticos é de grande importância. 50 A investigação das psicopatologias
somáticas impõe-se como tema de interesse para a clínica, exigindo reelaborações
metapsicológicas que contemplem as figurações do sofrimento e dos lugares do corpo
no atual momento civilizatório. 15
A clínica esta repleta de sintomas de difícil interpretação, e a interação entre as
áreas fisiológicas e mentais podem contribuir para um avanço no tratamento de
pacientes. Os novos sintomas são mais rebeldes à regra do tratamento pela palavra.
Manifestam-se por meio de patologias que afetam mais diretamente o corpo (doenças
psicossomáticas, abuso de drogas, anorexia e bulimia) e o desligam do laço social
(depressões, isolamento, multiplicidade de fantasias).
As doenças psicossomáticas desafiam constantemente os limites entre psicanálise e
medicina. Diversas doenças são caracterizadas como auto-imune, mas não tratadas por
meio das interpretações mentais, local desencadeador dos processos hormonais. Uma
interação dos conhecimentos psicológicos e fisiológicos, de primeira instância e/ou
de manutenção, se possível sem a presença de fármacos, poderia contribuir para a
compreensão dos sintomas gerais do paciente.
O paciente hipermoderno se preocupa em sanar seu sofrimento fisiológico, e não
percebe que sua saúde mental está também em desequilíbrio, prejudicando a homeostase
corporal. Logo, este mesmo paciente começa um ciclo farmacológico vicioso, e se
distancia cada vez mais da causa de sua enfermidade.
Na “era hipermoderna” o paciente precisa do corpo para produzir, e engana sua
situação mental para continuar usufruindo de sua condição fisiológica. Seu sucesso
depende de sua figura externa. Para o paciente, o problema é conter a pulsão de
morte, a angústia traumática, a devastação sintomática, regular o gozo em excesso,
e quando muito, ele quer “saber-fazer”, isto é, se virar com seu corpo e sua
maneira de viver. 51
A doença orgânica é igualmente psíquica, bem como o inverso, ganha relevância. A
doença corresponde a uma solução, apesar de problemática, para os conflitos
inconscientes. A prática psicanalítica que expurga o corpo em sua positividade
inviabiliza a superação do dualismo corpo, soma, carne/alma, psique, espírito.
Entender corpo e aparelho psíquico como indistintos é tarefa do analista que trata
do padecer da materialidade corpórea. 15
As psicopatologias somáticas implicam carências de pensamento, temáticas do
conhecimento psicanalítico, revelando que a verdade da patologia do paciente pode
ser construída na transferência, pela existência do mito e do romance familiar no
trabalho psíquico de construção da história do doente e de seu sofrimento. 37
A observação dos hábitos de um paciente é fundamental para começar a distinguir uma
doença mental (psíquica) ou física (somática) em sua origem. 52
Destacamos que o analista deve compreender as transformações do mundo contemporâneo
e expandir a escuta psicanalítica, criando práticas para reduzir uma tradução
simultânea do paciente.
A psicanálise deve ser reinventada a cada encontro, e ser vista como um conjunto de
preposições a serem testadas e desenvolvidas criticamente. 53
Separar nos indivíduos humanos a condição psíquica do que vive ao nível do corpo é
injustificado. De fato a antiga dicotomia psique/soma não resiste a esta evidência.
Somos todos seres psicossomáticos. 54

Conclusão
Devemos considerar a importância da psicanálise e demais setores da área de saúde
nesta “era hipermoderna”, em que existe uma demanda de doenças psicossomáticas, e
que cada vez mais os pacientes necessitam de um ajustamento mental e fisiológico.
Observamos neste estudo a grande contribuição do pesquisador canadense, Hans Salye,
e Walter Cannon, responsáveis por desvendarem os mecanismos endócrinos e sua
manifestação no corpo, e identificarem que a reação neuronal e hormonal era regida
pela psique. Estas evidencias geraram o termo “doenças psicossomáticas”, quando
Franz Alexander propôs que existiam respostas padrões para cada tipo de doença, que
se tornou a “Teoria da especificidade do conflito”. Destes conhecimentos nasceram as
concepções de que as emoções interferem nas funções fisiológicas, e que a psique de
cada pessoa pode através do sistema endócrino desenvolver doenças orgânicas, ou
facilitar a presença delas.
Concordando com a influência das emoções nas doenças fisiológicas, identificamos na
mesma linha os autores: Cannon (1939) 55, Lacan (1966) 39, Winnicott (1969, 1983,
2001) 56,36,57, McDougall (1989) 41, Klein (1991, 1996) 58,59, Groddeck (1992, 1994,
2004) 60,61,62, Ferenczi (1926, 1992, 2002) 63,64,26, Marty (1963, 1993, 1997)
65,66,67, Marques (2000) 68, Nasio (1993, 1997) 69,70, Brant (2001) 71, Oliveira
(2004) 72, Teixeira (2002, 2006) 37,15, Peres (2006) 73, que nos ofereceram base
para interpretar as relações entre a psicanálise e as doenças psicossomáticas.
Compreendemos que o mundo contemporâneo se ocupa com a separação, mecanização e
individualização. Mas observamos que a psicanálise procura a união de conhecimentos
que visam o bem-estar do ser humano.
Tentar dar conta, através da análise, do sofrimento que se manifesta na concretude
corpórea exige do analista uma sintonia com os lugares do corpo, com suas
experimentações e vivências. Acreditamos que este conhecimento fisiológico possa ser
fornecido pelo profissional enfermeiro, que juntamente com o psicanalista poderá
fornecer uma história patológica do paciente, que servirá para uma intervenção
psicoterápica e farmacológica, se necessária. 15
Na busca de uma resposta para um melhor tratamento ao paciente hipermoderno,
destacamos neste estudo a união da Psicanálise com a Enfermagem, além de outras
áreas de saúde, como as terapias holísticas, para a realização de uma assistência de
saúde adequada, que desenvolva os conhecimentos dos profissionais, contribuindo para
um equilíbrio mental e fisiológico do indivíduo.
Esperamos que deste estudo possam nascer mais trabalhos visando compreender a
atuação da psicanálise no mundo contemporâneo e de sua interação junto as demais
áreas da saúde para evolução no tratamento da saúde do ser humano.

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